segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Ameaças a árbitros

LÍDER DOS SUPER DRAGÕES MANDA RECADO A JOÃO PINHEIRO E AOS RESTANTES ÁRBITROS

Mensagens de Fernando Madureira através das redes sociais
Líder dos Super Dragões manda recado a João Pinheiro e aos restantes árbitros
Foto: Luís Vieira
Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões, deixou na sua conta de Instagram duas mensagens dirigidas aos árbitros, uma delas especificamente a João Pinheiro, que dirigiu o polémico V. Setúbal-FC Porto de sábado.
Utilizando uma imagem da notícia de Record sobre as ameaças ao árbitro da AF Braga, o 'Macaco', como é conhecido, diz que "A vergonha não tem limites!". "Nenhum adepto gosta de ver o seu clube ser roubado! Quem não quer ser lobo, não lhe pode vestir a pele! Sejam sérios e honestos para o bem do futebol", pode ler-se ainda.
Horas antes, numa outra publicação onde se pode ler "Enquanto formos sempre bons rapazes seremos sempre comidos", Madureira faz a seguinte legenda: "Guerra é Guerra! Olho por olho,dente por dente! Lampiões ódio eterno! Estes roubos tem de acabar!"

Eis as duas mensagens de Fernando Madureira:
in: http://www.record.xl.pt/futebol/futebol-nacional/liga-nos/fc-porto/detalhe/lider-dos-super-dragoes-manda-recado-a-joao-pinheiro-e-aos-restantes-arbitros.html?utm_campaign=Echobox&utm_medium=Social&utm_source=Facebook#link_time=1477932466

Ameaças a árbitros

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Apito Dourado - A Confissão de Jacinto Paixão

Jacinto Paixão gravou um vídeo, que pode ser visto no YouTube, onde confessa que o FC Porto lhe disponibilizou prostitutas após o jogo com o Estrela da Amadora (2-0), em 2003/04, e lhe pediu para influenciar o Benfica-Moreirense (1-1), em 2004. 

Dá ainda a entender que teme pela vida, devido ao seu envolvimento no processo ‘Apito Dourado’. 

"O meu nome é Jacinto Paixão, conhecido ex-árbitro. O que eu vou dizer destina-se a ficar gravado para a posteridade, caso me aconteça alguma coisa, a mim ou à minha família", começa por dizer o ex-juiz . 
Logo a seguir, faz a primeira revelação de um jogo que não foi investigado no âmbito do processo de corrupção do futebol nacional: "Benfica-Moreirense, empate a uma bola, no dia 29 de Fevereiro de 2004. O Porto entrou em contacto comigo para influenciar o resultado do jogo". 
Nessa partida, os encarnados queixaram-se de um golo mal anulado, por alegado fora-de-jogo posicional de Fernando Aguiar. O remate foi exectuado por Nuno Gomes e bola foi desviada para a própria baliza por Tito.
Depois, na confissão gravada em português e inglês, Paixão fala do FC Porto-E. Amadora (2-0), de 2003/04, e faz nova revelação. "É verdade que o Porto nos ofereceu raparigas como era habitual fazer, tal como aconteceu no jogo Porto-Académica (4-1), de 2002/2003." 

Esta partida também não foi investigada no ‘Apito Dourado’. Ainda sobre o embate entre portistas e tricolores, acrescenta: "Naquela noite, após o jogo Porto-Estrela da Amadora, juntámo-nos, eu e os meus assistentes, com Reinaldo Teles (vice-presidente dos dragões), António Garrido e o árbitro Paulo Silva e os seus assistentes. Eu fui o único prejudicado, pois todos mamavam e eu é que fiquei prejudicado para sempre". Paixão deixou a arbitragem no final da época 2004/05, na sequência do processo ‘Apito Dourado’. Na parte final do vídeo, nova revelação: "É verdade que o FC Porto me pagou uma viagem, através da agência Cosmos, em 1998, para ir a Marrocos com os meus assistentes e o árbitro Rosa Penicho". A Cosmos é a agência oficial do FC Porto. No início de 1998 era detida, em partes iguais, pelos empresários António Laranjeira e Joaquim Oliveira. No final desse ano Oliveira comprou a quota de Laranjeira. 

A CONFISSÃO 
O meu nome é Jacinto Paixão, conhecido ex--árbitro. O que eu vou dizer a seguir destina-se a ficar gravado para a posteridade, caso me aconteça alguma coisa a mim ou à minha família. Benfica-Moreirense, empate a uma bola, no dia 29 de Fevereiro de 2004: o Porto entrou em contacto comigo para influenciar o resultado do jogo. 
O Porto-Estrela da Amadora, na época 2003/04: é verdade que o Porto nos ofereceu raparigas, como era habitual fazer, tal como aconteceu no jogo Porto-Académica, de 2002/03. Naquela noite após o jogo Porto-Estrela da Amadora, juntamo-nos, eu e os meus assistentes, com Reinaldo Teles, António Garrido e o árbitro Paulo Silva e os seus assistentes. Eu fui o único prejudicado porque todos mamavam, mas eu é que fiquei prejudicado para sempre. É verdade que o Porto me pagou uma viagem através da agência Cosmos, em 1998, para eu ir a Marrocos com os meus dois assistentes e o árbitro João Rosa Penicho". 

GARRIDO NA MIRA DO VILLAREAL 
Jacinto Paixão dá conta de um jantar, no final do FC Porto-E. Amadora (2-0), em 2004, num restaurante onde estavam Reinaldo Teles e António Garrido, ex-árbitro que colabora com os portistas desde os anos 80. Recentemente, o jornal espanhol ‘Marca’ descreveu uma alegada situação em que Garrido e Bjorn Kuipers, árbitro do FC Porto-Villarreal (5-1), de 28 de Abril último, jantaram no mesmo sítio que dirigentes portistas. 

FRUTA E CAFÉ COMO CÓDIGOS PARA "MENINAS" 
O FC Porto -E. Amadora (2-0), de 2003/04, levou ao ‘caso da fruta’, um dos mais mediáticos do processo ‘Apito Dourado’. Jacinto Paixão e os assistentes tiveram direito a um serviço de prostitutas e a um jantar que os árbitros não pagaram. É neste contexto que entram as conversações telefónicas entre o empresário António Araújo e Pinto da Costa, em que o primeiro fala ao líder portista de "fruta para dormir" e "café com leite", encomendas para entregar a um "J.P.". "Eram códigos para meninas", disse Carolina Salgado, ex-companheira de Pinto da Costa, em tribunal. O caso foi arquivado. 

RAZÃO A PINTO DA COSTA DÁ ÂNIMO A BOAVISTA 
O Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa (TACL) declarou inexistente a reunião do Conselho de Justiça, a 4 de Julho de 2008, que confirmou os castigos aplicados pela Comissão Disciplinar da Liga ao FC Porto (subtracção de seis pontos), a Pinto da Costa (dois anos de suspensão) e ao Boavista (descida de divisão) no caso ‘Apito Final’. João Loureiro, ex-líder axadrezado também foi suspenso por 4 anos. A decisão resulta de uma acção movida pelo líder portista contra a Federação, no seguimento da reunião do CJ. O então presidente do órgão, Gonçalves Pereira, declarou o impedimento de João Carrajola de Abreu participar na votação: a celeuma que acabou com Pereira a dar por encerrada a sessão às 17h55. Contudo, sem presidente, o CJ entendeu continuar a reunião e confirmou as penas aplicadas. O FC Porto reagiu, dizendo que este acórdão "põe a nu" os atropelos à Lei feitos pela justiça desportiva. Quem renova esperanças é o Boavista – actualmente na 2ª Divisão. "As questões suscitadas no recurso são em tudo semelhantes às colocadas no recurso do Boavista", referiu o clube.

Ler mais em: http://www.cmjornal.pt/desporto/detalhe/e-verdade-que-o-fc-porto-nos-ofereceu-raparigas?utm_medium=Social&utm_source=Facebook&utm_campaign=BotoesSite&utm_content=facebook

Caso Vouchers I

Vouchers: Marco Ferreira conta experiência única
Foto: DR Record
O antigo árbitro Marco Ferreira partilhou esta segunda-feira, em declarações à TVI 24, uma experiência vivida a propósito do caso dos vouchers, quando, no espaço de dois dias, recebeu duas caixas com os já famosos 'vales' para refeição. Tudo sucedeu em 2013/14, no célebre duelo entre Benfica e Sporting, que foi adiado devido ao mau tempo. Ora, Marco Ferreira recebeu uma primeira caixa no domingo (dia inicial do jogo) e outra na terça (dia no qual o encontro se disputou).

"Posso contar o que foi a minha experiência, que foi única, pois mais nenhum colega passou o que passei. Foi num Benfica-Sporting, que era a um domingo, num dia de alerta vermelho, e que o jogo foi adiado para terça. Eu era o árbitro desse jogo e recebi duas caixas. Recebi uma no domingo, que o Benfica teve amabilidade de me oferecer, como oferece a todos. Era uma caixa com a camisola do Eusébio e os tais vouchers. Na terça-feira, voltaram a dar-me uma caixa... Até disse à pessoa que me entregou, ao Sheu, uma pessoa que respeito muito, uma figura carismática do Benfica e futebol português, que me já tinham dado uma no domingo. Ele disse-me que não havia problema. 'Fique com mais uma. Para si e para os seus colegas'", recordou o antigo juiz.

O cronista Record aproveitou igualmente para referir que aquela foi a primeira e única vez que recebeu a lembrança, ainda que assegure que em todos os estádios são entregues lembranças. "Foi somente nesse jogo, já que depois deixei de arbitrar tanto o Benfica como o Benfica B. Sabia que era recorrente nos jogos do Benfica, mas não é só no Benfica. Em qualquer estádio, até no Sporting ou FC Porto, sempre ofereceram uma camisola... E falam muito dos vouchers, mas se calhar as camisolas oficiais desses clubes são mais caras do que um jantar", apontou.

De resto, Marco Ferreira assegura que não viu qualquer ilegalidade naquele procedimento. "Vi com absoluta normalidade. Aliás, se achasse que não fosse algo digno não aceitaria e teria feito queixa ao Conselho de Arbitragem. Aceitei aquilo como normal", assegurou.

Uma investigação... tardia

Na ótica do ex-juiz, de 39 anos, a investigação a estas ofertas só peca por tardia. "O Benfica antigamente colocava sempre umas lembranças no balneário, em acrílico, com o registo do jogo e o nome do árbitro. Depois do Apito Dourado deixou de o fazer. Voltaram a dar depois da situação do Eusébio e nós levámos isso como uma homenagem a uma figura do clube e do futebol português. Mas deve investigar-se se acham que deve ser. A investigação não serve só para condenar, mas também para a verdade vir ao de cima. Apenas peca por tardia", admitiu.

Marco Ferreira deixou ainda claro que nunca utilizou os vouchers oferecidos. "Aliás, é público que nenhum árbitro usou. Há até colegas que nem se aperceberam que a caixa tinha vouchers para refeições. Nunca tive o prazer de visitar o Museu da Cerveja... A caixa tinha uma camisola que fazia referência ao Eusébio e depois tinha um documento que dizia que era preciso fazer uma chamada para marcar a visita ao museu. Ao ler aquilo, muitos dos meus colegas pensavam que só dava para o museu", admitiu.

A finalizar, o antigo juiz deixa claro que nunca se sentiu 'pressionado' para beneficiar a troco de qualquer oferta: "Nunca ninguém do Benfica, e já o disse publicamente, nem de nenhum clube em Portugal, me pediu o que quer que seja em troco de ofertas ou presentes. É impensável hoje em dia pensar-se que os árbitros podem ser influenciados com duas refeições."

Autor: Fábio Lima
in: http://www.record.xl.pt/futebol/futebol-nacional/liga-nos/detalhe/vouchers-marco-ferreira-conta-experiencia-unica.html?utm_campaign=Echobox&utm_medium=Social&utm_source=Facebook#link_time=1477349642

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A Mentira Da Data de Fundação do FCP IV

Campa do verdadeiro fundador do FC Porto
Atribuída Utilidade Pública em 1928.
Lá está a data de fundação!
Revista "Dragões" nº 10 / Setembro de 1986. Direcção do FCP vista campa de Monteiro da Costa 
Papel timbrado do FCP, assinado por Pinto da Costa, com data de fundação do FCP.
Jornal "A Bola" - 3 de Agosto de 1950
Jornal "Record" - 4 de Agosto de 1956
Existem vários artigos publicados pelo grande blogue EDDB. Um deles é o do qual retirei estas imagens.

Curioso como os jornais e até alguns canais de TV deram a notícia ontem e hoje como se desconhecessem a origem da mentira. São os mesmos que fazem propaganda a alguns nomes do futebol português. 

São os mesmos que se negaram a publicar uma linha que fosse sobre as escutas do Apito Dourado e que ainda hoje fingem que nunca existiram.

Mas para seu azar, há quem não durma em serviço e exponha a mentira que é o futebol português, e em especial o "sucesso" do FC Porto. Este é mais um exemplo de que com um clube que mente até na data da sua fundação, não há acordos de cavalheiros, de cooperação ou sequer entendimentos.

O Sport Lisboa e Benfica e os seus pergaminhos exigem que o FCP Mentiroso de Pinto da Costa seja visto como um inimigo da verdade desportiva e não um parceiro.

Caso Cardinal II


Testemunho de Rui Martins esta terça-feira em sede de julgamento. Em causa está um depósito de 2.000 euros feito na conta de José Cardinal, dias antes de um jogo entre o Sporting e o Marítimo, para qual o árbitro assistente estava nomeado. Paulo Pereira Cristóvão, antigo inspetor da PJ e vice-presidente do Sporting, está detido no estabelecimento prisional de Évora desde 3 de março.

Paulo Pereira Cristóvão
Paulo Pereira Cristóvão
Rui Martins, uma das testemunhas-chave do "caso Cardinal", disse esta terça-feira em tribunal que o vice-presidente do Sporting, Paulo Pereira Cristóvão, lhe pediu para destruir provas que o ligavam ao depósito na conta do árbitro assistente José Cardinal.
“Um dia ou dois depois de eu ter feito o depósito bancário no Funchal, Paulo Pereira Cristóvão mandou-me deitar fora a roupa e o boné que usei e, depois de eu o ter questionado porquê, disse apenas que me pagava o valor da roupa”, afirmou Rui Martins.

O antigo funcionário da Primus Lex, uma empresa de Paulo Pereira Cristóvão, confirmou ter viajado até ao Funchal, a pedido do antigo vice-presidente leonino, para fazer um depósito de 2.000 euros, em dinheiro, numa conta da qual tinha apenas o número de identificação bancária (NIB).

“A 19 de dezembro de 2011, pediu-me dados pessoais para comprar bilhetes de avião e ordenou-me que fosse à Madeira fazer um depósito”, explicou, acrescentando: “A pedido dele não assinei o meu nome no talão de depósito, fiz apenas um rabisco (...) e quando regressei a Lisboa entreguei o talão à secretária”.

Em causa está um depósito de 2.000 euros feito na conta de José Cardinal, dias antes de um jogo entre o Sporting e o Marítimo, para qual o árbitro assistente estava nomeado.

Posteriormente foi enviada uma carta anónima a denunciar um alegado suborno a Cardinal, carta essa que o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, faria chegar à Polícia Judiciária, depois de a mesma lhe ter sido entregue pelo presidente dos ‘leões’, Godinho Lopes.

A testemunha explicou que só percebeu a dimensão do problema meses depois, nas véspera das buscas, quando viu uma notícia que falava naquele depósito.

“Associei a notícia à minha ida à Madeira. Questionei por mensagem o Paulo Pereira Cristóvão, que estava em Bilbau, e ele respondeu: ‘Falamos amanhã’. Nunca mais falámos”, disse.

Rui Martins, que nas imagens de vídeo recolhidas na agência bancária do Funchal surge com o boné na cabeça e um casaco, explicou que a secretária de Paulo Pereira Cristóvão lhe entregou, pouco depois de ter chegado a Lisboa, um envelope fechado para ser entregue na casa de Paulo Pereira Cristóvão.

A testemunha disse desconhecer a existência de listas com dados pessoais de árbitros e jogadores, mas admitiu ter feito vigilância à casa de três futebolistas do Sporting: Jeffrén, Carrillo e Onyewu.
“Havia jogadores que eram mais problemáticos, o que me era pedido era para ver se eles estavam em casa a partir de certa hora. Eu passava pelas casas e via se havia luz acesa e se os carros estavam estacionados”, explicou, como reporta a Lusa.

Rui Martins admitiu que Paulo Pereira Cristóvão lhe pediu para criar uma empresa, a Right Expert, à qual chegavam através de outra empresa, a Businlog, verbas pagas pelo Sporting para um acompanhamento dos ativos do clube.

A sede social da Right Expert, empresa que na realidade era gerida por Paulo Pereira Cristóvão, era a casa da mãe de Rui Martins.

“A minha mãe não sabe ler nem escrever e o Paulo Pereira Cristóvão sabia disso”, afirmou Rui Martins, confirmando que o antigo vice-presidente do Sporting era o único a movimentar a conta da empresa que, no total, terá recebido 57.000 euros.

Rui Martins disse ter aceitado colaborar na constituição de empresa por estar em fim de contrato com a Primus Lex e admitiu que Paulo Pereira Cristóvão sabia como lhe dar a volta.

O tribunal, presidido pela juíza Marisa Arnedo, vai continuar a ouvir Rui Martins a 13 de maio, de manhã, devendo ouvir Godinho Lopes durante a tarde do mesmo dia. A audição do antigo presidente do Sporting estava prevista para hoje, mas foi adiada por falta de tempo.

Na sessão desta quarta-feira de manhã, o tribunal ouviu Luís Ribeiro, um investigador da PJ que esteve envolvido no processo e que confirmou vários dados constantes na acusação, nomeadamente a existência de listas com dados pessoais de árbitros e jogadores do clube.

Paulo Pereira Cristóvão, que está detido no estabelecimento prisional de Évora desde 3 de março no âmbito de um outro processo, é acusado de um crime de burla qualificada, outro de branqueamento de capitais, dois de peculato, mais um de devassa por meio informático, um de acesso ilegítimo e, por fim, um de denúncia caluniosa agravada.
in http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/paulo-pereira-cristovao/caso-cardinal-ordenou-me-que-fosse-a-madeira-fazer-um-deposito

in 

Caso Cardinal

A testemunha chave do processo Cardinal disse na sua audição que: "Ordenou-me que fosse à Madeira fazer um depósito!", isto Paulo Pereira Cristóvão, Vice-Presidente do Sporting Clube de Portugal. 


A Mentira da Data de Fundação do FCP III


Toda a verdade sobre ao ano de fundação do F.C.Porto.
Chegaram-nos às mãos documentos importantes, que demonstram e provam a verdadeira data de Fundação do F.C.Porto, clube fundado por pessoas de bem, trabalhadoras e que nada mais desejavam do que aprender a jogar futebol.
Nos dias de hoje, meia dúzia de pessoas apagaram ou tentaram apagar da história a real data de fundação do clube, tal como apagar da história os nomes daqueles que por bem e com vontade apenas de praticar o bem fundaram o Clube que em tempos foi honesto e que orgulhava a cidade que ostenta o nome:

O Extinto semanário "O Tripeiro", que se devotava com carinho a remexer velharias históricas da cidade do Porto, publicava em 1 de Março de 1926 uma interessante exposição por António Martin, funcionário superior do Governo Civil e sócio fundador do F.C. Porto,. que por ser valiosa e competente, merece ser focada a sua história:
    Transcreve-se, portanto como como pormenor elucidativo e preliminar valioso o que nos afirma António Martins:

Por achar interessante vamos descrever como foi organizado o Football Club do Porto, o brilhante grupo desportivo que tanto tem honrado o nome da nossa terra.
    Sentimos grande contentamento em fazer esta descrição, não só pela honra que temos em ser um dos instaladores daquele club como também evocarmos uma época saudosa da nossa descuidada mocidade.
   
    Existia há trinta e tal anos, no l'orio, o Grupo do Destino, composto de uma rapaziada alegre, ruidosa, entusiasta, buliçosa, cuja missão, era divertir-se após as horas de trabalho.
Não havia local onde bem se comesse e onde bem se bebesse que o Grupo do Destino não conhecesse!
    Rima e era verdade! Aquilo eram bons estomagos e bons gastrónomos! Partidas, piadas, blagues bom humor, tal era o programa do Grupo do Destino.
    As suas festas marcavam pela originalidade e decorriam sempre cheias de entusiasmo! Com que recordações lembramos essa mocidade cheia de alegria e entusiasmo!
    Um dia, o presidente do grupo, isto pelas alturas de 1904 ou 1905, o saudoso José Monteiro da Costa, foi com seu pai visitar a Espanha, França e Inglaterra.
nas constantes epistolas que nos enviava com notas da sua viagem, descrevia com entusiasmo um jogo de bola a que tinha assistido em Inglaterra, e que logo que chegasse ao Porto nos daria algumas explicações afim de também o jogarmos.
    Anunciada a sua vinda um grupo de amigos sinceros, pois Monteiro da Costa de tudo era merecedor, foi espera-lo a Ermesinde. Foi uma alegria doida a sua chegada. Monteiro da Costa, até ao Porto descreveu rapidamente as impressões da viagem, tendo frases as mais entusiásticas, para o tal jogo da bola, que muito o interessara e que era nem mais nem menos que o foot-ball.
    Ouvi-lo e resolver que o Grupo do Destino organizasse um grupo de foot-ball foi obra de um momento.
    Os presentes já sabiam que com o que fosse resolvido todos concordavam:
a divisa do grupo era um por todos todos por um.
    Passados dias organizou-se a reunião magna de todos os sócios para tratar do importante assunto - a instalação do grupo de foot-ball.
    Com as Costumadas piadas falecias blagues, etc., apareceram de entrada dois obices a resolver: - 1º, o desconhecimento completo, por parte de todos os sócios de tal jogo, e a falta de capital, pois, com toda a sinceridade o dizemos a maioria dos sócios eram alegretas mas...  pobretas!
    Como se sabe, no Porto, o foot-ball era quase desconhecido. Somente existiam dois Clubs onde se fazia esse jogo, que eram o Oporto Crickett e o Boavista Foot-ball aquele composto pela rapaziada das casas comerciais estrangeiras desta cidade, e este pelo pessoal da fábrica Graham, na Avenida da Boavista.
    Estes Clubs várias vezes se encontraram em desafios nos seus campos de Foot-ball.

Foi logo nomeada a comissão administrativa  para dirigir os negócios do club, ficando na presidência José Monteiro da Costa, e como secretário, o autor destas desataviadas linhas.
    Nessa ocasião, foi também escolhida a côr da "equipe", e caso curioso apesar da maioria dos sócios instaladores ser republicanos  - alguns até comprometidos nas conspirações - a história recaiu no azul e branco, pois eram as cores da bandeira nacional.
    Foi alugado um bocado de terreno na rua Antero de Quental, onde os sócios instaladores se iam treinando no jôgo.
Um dia apareceu no club um italiano - Catulo Gadda - empregado na fábrica mariani, ás Devezas disposto a jogar. Foi recebido de braços abertos pois era alguém que conhecia o foot-ball. Era um explendido defesa, pelo pontapé forte que possuía.
    Já tínhamos dois onzes, mas pouco fazíamos. Pois se não tínhamos nascido para aquilo...
Certa tarde andávamos no campo treinando, e alguém nos comunicara  que um cavalheiro desejava falar-nos. Fomos ter com esse cavalheiro e reconhecemos a vontade que tinha de nos ver jogar.
Mostramos-lhe o pouco conhecimento que tínhamos de foot-ball e passados minutos o tal cavalheiro concordava que realmente ainda estávamos um pouco atrasados na técnica do foot-ball...
Mr. Cassaigne, ilustre súbdito Francês, muito conhecido nesta cidade e que era o cavalheiro que desejou ver jogar, foi muito amável na apreciação que fez do nosso jogo, pois não estávamos atrasados estávamos atrazadissimos...
    Conhecendo a boa vontade de mr. Caissagne em prestar-nos os seus serviços, pedimos para tomar a direcao técnica do football, a que acedeu com todo o entusiasmo . Não fomos só nos os , mr. Cassaigne
    Entrou para sócio o conhecido desportista Rómulo Torres, que imediatamente propôs também, entre outros António Calem, Antunes Lemos, António Sá, Eduardo Vilares, Nuno Salgueiro, e António Campos, que conheciam muito bem o football António Campos, que conheciam muito bem o football. E, assim com todos estes elementos, j]a se via aos domingos o campo- já agora o tamanho que as regras indicavam todo cheio de uma afluência que ali corria para ver com todo o interesse as varias fases do football. Romulo Torres, sempre disposto a ao levantamento do club, organizava constantes desafios com os dois clubs que existiam  o Oporto Crickett e o Boavista, e assim o football Club do Porto inicia a sua carreira auspiciosa.
    Dos instaladores ainda sao vivos, parecendo/nos porem que nenhum e sócio Amadeu Maia, jornalista: Cândido Pinto da Mota e Manuel Luiz da Silva, despachantes oficiais: Joaquim Pinto Rodrigues de Freitas, e Álvaro Osório da Silva Cardoso: Industriais: António Moreira da Silva, Joaquim António Mendes Correia António Augusto Baptista Júnior, Comerciantes: Albino Costa e Lopes de Faria, empregados comerciais: Manuel Sacramento, Armador: Joaquim Silva, Negociante: e o autor destas linhas.
    E aqui esta como um club organizado por rapazes que ignoravam por completo o que era football tanta propaganda tem feito em prol deste desporto...

    Escusado será dizer que com a vida do Football Club do Porto morrem o Grupo do Destino.
    Aqueles rapazes que a ele pertenceram e que a morte arrebatou, o preito da nossa sincera amizade.

Fevereiro de 1926,

Antonio Martins








A Mentira da Data de Fundação do FCP II

EFEMÉRIDE
             
José Monteiro da Costa 12 de Outubro de 1881 / 30 de Janeiro de 1911 Fundador do FC Porto em 2 de Agosto de 1906





Hoje, completam-se 130 anos do nascimento, em 12 de Outubro de 1881, de José Monteiro da Costa, fundador do FC Porto, em 2 de Agosto de 1906, falecido aos 29 anos, em 30 de Janeiro de 1911.


José Monteiro da Costa foi durante muitos anos honrado pelos portistas como seu fundador, entre 1906 e 1987, ou seja, durante 81 anos. Até que Pinto da Costa, intrujão, decidiu que o FC Porto tinha sido fundado, em 28 de Setembro de 1893, por António Nicolau de Almeida, nascido em 19 de Outubro de 1873 e falecido, aos 74 anos, em 21 de Fevereiro de 1948.

A intrujice é tão grosseira que nem necessita de ser desmontada tão absurda é a aldrabice. Mas vamos aos factos.

Primeira intrujice: A suposta fundação
Em 28 de Setembro de 1893 um jornal de Lisboa, actualmente inexistente denominado “Diario Illustrado”, publicava a seguinte notícia.



A apropriação desta notícia como fundação do FC Porto é uma mentira que só lembra a aldrabões e é propagada (em propaganda), desde 1988, por idiotas que são cúmplices da aldrabice.

Há algumas questões que importa, desde já, salientar.

Por que saiu a notícia num jornal de Lisboa (que não eram lidos no Porto, a não ser esporadicamente e um dia depois), não havendo qualquer referência à fundação de um clube, nos onze jornais da cidade do Porto que se publicavam nesse tempo, incluindo os três maiores: Jornal de Notícias, Primeiro de Janeiro e Comércio do Porto? Nenhuma notícia em jornais da cidade onde o clube era fundado e interessava publicitar para atrair sócios?

Por que se assume a data de saída do jornal (em Lisboa) como data de fundação, sem que nada, acerca desse assunto, se refira no texto, pois não se escreveu “Fundou-se, hoje, no Porto…”

Por que se lança um repto a clubes de Lisboa, quando se sabia que na cidade do Porto a colónia inglesa da cidade disputava, pelo menos desde 1892, jogos no Campo Alegre (Campo dos Inglesinhos) entre associados do Oporto Cricket Club, do Oporto Tennis Club e de grupos episódicos de futebolistas ingleses?

Porque se destaca a popularidade do ciclismo (cycles)?

Para perceber a notícia – e as quatro questões - é necessário entender o futebol português entre a última década do século XIX e a primeira do século XX.

Três factos
O futebol era praticado, e visto, por um grupo muito restrito de pessoas. Os pouquíssimos jogos (por vezes 2/3 por… ano) eram realizados em terrenos públicos ou propriedades privadas. Os clubes, muitos com existência efémera, não tinham Sedes, nem Campos, nem moradas e telefones para contactos. Não havia competições oficiais ou oficiosas calendarizadas, mas apenas, e só, jogos esporádicos e raros, entre equipas.

Para combinar a realização de treinos ou jogos só existiam duas possibilidades. Combiná-los nas tertúlias, de sábado à noite e domingo, que reunissem alguns praticantes que depois podiam atrair outros jogadores nos dias seguintes, nos locais de trabalho, estudo e lazer. Lançar reptos através da publicação de notícias em jornais, desafiando outros futebolistas a jogar. As notícias em jornais eram mais difíceis de conseguir (era necessário uma “cunha”, o que em Portugal, até nem é difícil!), mas, obviamente, proporcionavam melhores resultados por serem públicas: mais divulgação (mais visibilidade), mais interesse (por haver mediatismo) e outro tipo de pessoas que não apenas os intervenientes, pois até quem não jogava podia passar pelo jogo como espectador.

O futebol em Lisboa estava muito mais desenvolvido que no Porto. Em Lisboa, praticava-se por ingleses e portugueses, desde 1888, em Cascais e 1889, em Lisboa. Havia jogos em propriedades privadas de empresas inglesas (Quinta Nova em Carcavelos e Cruz Quebrada) e em terrenos públicos – Campo Pequeno e Terras do Desembargador, às Salésias de Belém. Havia clubes bem organizados, já com histórico. Havia acompanhamento, ainda que rudimentar, da imprensa lisbonense. Havia divulgação pública e mediática.
No Porto, o futebol era jogo de ingleses, praticamente privativo, no Campo Alegre, apenas acessível a portugueses que fossem amigos de ingleses que jogassem. Daí que em 1906 é famosa a frase do sócio n.º 3 do FCP, António Martins que escreve a propósito das dificuldades em transformar o Grupo do Destino em FC Porto: “… o desconhecimento completo, por parte de todos os sócios, de tal jogo…”


Perceber a notícia
Tendo em conta o futebol da época, em particular no Porto, os portugueses que quisessem começar a jogar futebol dificilmente o poderiam fazer defrontando os mais experientes ingleses. Se em Lisboa, era muitíssimo difícil aos portugueses defrontarem ingleses, no Porto seria impossível. Sabe-se que a colónia inglesa portuense, ainda era, socialmente mais elitista que a lisbonense. O futebol, e o desporto, não seriam excepção, em relação às outras actividades sócioculturais. Em Lisboa, os futebolistas portugueses tinham de se “afamar”, ou seja, ganharem notoriedade de muito bons/ imbatíveis perante os outros grupos de futebolistas portugueses para serem aceites como adversários pelos ingleses. No Porto, além do elitismo inglês, nem sequer havia tradição de disputas futebolísticas entre portugueses. Ou seja, no Porto, os portugueses que quisessem aprender a jogar futebol tinham de o fazer entre eles, entre quem não tinha experiência. Não podiam “contar” com os ingleses. Caso complicado!

Sabe-se, porque há notícias e documentação, que António Nicolau de Almeida (ANA) pertencia ao Velo Club do Porto (fundado em 29 de Outubro de 1892), grupo que evoluiu a partir do Clube Velocipedista Portuense, fundado em 9 de Março de 1880. A primeira competição “desportiva” de ciclismo, no Porto, realizou-se em 18 de Julho de 1880, entre a Alameda de Matosinhos e o Passeio Alegre, na Foz. Depois de algum declínio, o interesse pelo ciclismo aumenta entre os portuenses, com a reorganização, em 1892, do Velo Club do Porto (VCP), depois de 1894, designado por Real Velo Club. É muito provável que os associados do VCP, essencialmente portugueses, se interessassem, também, pelo futebol. Com poucas possibilidades, ou mesmo impossibilitados, de o jogar com quem já tinha experiência (os ingleses do Porto), sabendo pela Imprensa e conversas de café que em Lisboa o futebol florescia entre os portugueses e que o melhor modo de defrontar clubes de futebol lisbonenses, era arranjar um “nome de futebol”, publicitá-lo num jornal de Lisboa e lançar um repto aos clubes e futebolistas de Lisboa. Parece a única – pelo menos a mais verosímil – explicação para entender a notícia do “Diario Illustrado” de 28 de Setembro de 1893.

Pelos documentos da época, em 1893, os elementos do Football-Club do Porto eram, tal como ANA, sócios do VCP. É evidente que se quisessem ter credibilidade para conseguir defrontar futebolistas de Lisboa, não podiam noticiar que o “Velo Club do Porto apure um grupo rijo de jogadores…”. Era a galhofa total em Lisboa. Então velocipedistas portuenses sem experiência de futebol desafiavam futebolistas com experiência em Lisboa? Ridículo! Precisavam de se afirmar como futebolistas para serem aceites. Precisavam de um nome que os individualizasse e demarcasse do ciclismo. E mesmo assim era difícil. Como foi! Aliás, o jogo nunca se realizou!   

Resposta às quatro questões:
A notícia saiu num jornal de Lisboa (e em nenhum do Porto) por que os sócios do VCP, interessados em jogar futebol – arranjando um nome simples que os identificasse Futebol, Club e Porto – queriam divulgar em Lisboa que havia futebolistas na cidade do Porto e que estes tinham interesse (e iriam ter capacidade) para defrontar os de Lisboa. Os sócios do VCP nem queriam mais ninguém, a não ser eles, se não divulgavam o clube nos jornais do Porto para atrair mais jogadores. Não necessitavam de divulgação pública, pois encontravam-se regularmente, porque eram sócios, no VCP.



Dia da fundação como dia do jornal! Quando em 1988, se decidiu ultrajar a história do FCP, alterando a fundação, não havendo documentos, nem NADA, a não ser uma data de saída de uma notícia num jornal, o FCP deixava de ter data exacta (2 de Agosto de 1906) de fundação para um qualquer dia de 1893. Não havendo datas, restava uma data, a do dia da saída da notícia num jornal de Lisboa. Isto é ridículo. Isto devia envergonhar os portistas. A data de fundação do seu clube é a data de um jornal chamado “Diario Illustrado”! Que nada diz acerca de ser esse dia o da fundação do pretenso Football-Club do Porto! Uma aberração! Em concreto, 28 de Setembro de 1893 é a data de saída de uma notícia. Não é a data de fundação desse Football-Club do Porto. Esta ninguém sabe qual é. Podia ser antes ou depois. Ou não passar de uma tentativa, por que ao escrever-se “Fundou-se” estava-se já a afirmar o clube perante os futebolistas de Lisboa. Mesmo assim ninguém lhes ligou. Olhem se ainda fossem escrever: “Vai fundar-se…” ou “Vai tentar fundar-se…”. Era a risota e o descrédito total.
O repto é lançado num jornal de Lisboa, para futebolistas de Lisboa, devido à dificuldade (impossibilidade) em jogar no Campo Alegre, onde se realizavam, ainda que episodicamente, jogos entre equipas de ingleses, com acesso muito restrito, a não ser aos ingleses ou amigos destes. A possibilidade era defrontar outros portugueses, mas estes, só de Lisboa, onde se sabia haver, já, um número elevado de praticantes portugueses.
Se a notícia foi publicada em 28 de Setembro de 1893, teria de ser escrita algum tempo antes, pois ainda demoraria algum tempo a chegar a Lisboa, vinda do Porto e outro tanto tempo até ser decidida e concretizada a sua publicação. Estamos em 1893… a menos que já houvesse telemóveis e internet!

A referência no final da notícia, ao ciclismo, serve para credibilizar os futebolistas. Sendo os “futebolistas” associados do VCP, a modalidade era o ciclismo, que já ganhara importância (e renome) entre os desportistas. Como está escrito, queriam ser no futebol, o que já eram no ciclismo “… para animar os desafios de football como já o são as corridas de cycles.”

Segunda intrujice: A suposta existência
Em 2 de Março de 1894 realizou-se um jogo de futebol entre futebolistas de Lisboa e do Porto. Mas não do Football-Club do Porto. Nos jornais que noticiam a realização do encontro não há qualquer referência a clubes, mas unicamente a cidades, até porque o troféu destinava-se a jogos entre cidades, entre selecções de futebolistas de cidades, não de clubes, como se constata na foto da equipa vencedora, a da cidade de Lisboa (ver bola) e da crónica do jogo.

A Taça (hoje no CIF) tem a seguinte legenda: “Football Championship das Cidades de Portugal”.

Diario Illustrado (Lisboa) 5 de Março de 1894

É mentira que fosse um jogo entre o Club Lisbonense e o Football-Club do Porto. Não há nenhuma notícia em qualquer dos jornais que o relatou, depois de 2 de Março de 1894, referente ao jogo, que fale em clubes ou no nome de clubes. É sempre de cidades. O que há é na actualidade uma tentativa de dizer que é o Football-Club do Porto, para dar a este clube uma prova de existência, de pelo menos cinco meses, com um jogo, depois da notícia de 28 de Setembro de 1893.
Se aos jogadores portuenses é mais difícil atribuir-lhes “o clube de origem” pelo facto do futebol nessa cidade ser assunto interno de ingleses sem divulgação conhecida em jornais ou publicações, já os que jogaram por Lisboa consegue-se com facilidade (e justificação em notícias) saber em que clubes jogavam. Então temos:

Posição
Futebolista
Clube
Guarda-redes
Guilherme Pinto Basto
Club Lisbonense
Defesa à direita
M. Keating
Carcavellos Club
Defesa à esquerda
R. Locke
Lisbon Cricket Club
Médio à direita
C.D. Raskin
Lisbon Cricket Club
Médio ao centro
Clyde de Barley
Club Lisbonense
Médio à esquerda
Paiva Raposo
Club Lisbonense
Ponta à direita
F. Palmer
Carcavellos Club
Meio-ponta à dir.
Carlos Villar
Club Lisbonense
Avançado-centro
J. Pittuck
Carcavellos Club
Meio-ponta à esq.
Afonso Villar
Club Lisbonense
Ponta à esquerda
J. Thompson
Carcavellos Club

Assim, temos uma selecção/ misto de onze jogadores a representar a cidade de Lisboa que jogavam, habitualmente, em três clubes: Club Lisbonense (5), Carcavellos Cricket and Football Club (4) e Lisbon Cricket Club (2).

Quanto aos jogadores portuenses, localizar os clubes onde jogavam é mais difícil, optando por indicar para além do clube o ano em que aparecem referenciados como alinhando pelo clube. É fácil de perceber que o ano é posterior a 1894, pois só em finais do século XIX os jornais portuenses começam a relatar os esporádicos jogos de futebol realizados na cidade.

Posição
Futebolista
Clube (1897)
Guarda-redes
Mac Geock
Oporto Cricket Club
Defesa à direita
F.Guindarans
indeterminado
Defesa à esquerda
A. Nugent
Real Velo Club
Médio à direita
Arthur Dagge
Oporto Cricket Club
Médio ao centro
Mac Millan
Real Velo Club
Médio à esquerda
Albert Kendall
Real Velo Club
Ponta à direita
F. Hugh Ponsonly
Oporto Cricket Club
Meio-ponta à dir.
Adolfo Ramos
indeterminado
Avançado-centro
Mac Kechnie
Real Velo Club
Meio-ponta à esq.
R. Ray
Oporto Cricket Club
Ponta à esquerda
Alfred Kendall
Real Velo Club

Assim, temos que em 24 de Fevereiro de 1897, no Campo Alegre, defrontaram-se os dois únicos clubes com futebol, então existentes, na cidade do Porto. O Oporto CC venceu, por 3-0, o Real VC. Dos onze jogadores que haviam jogado pela cidade do Porto, dois não jogaram em 1897, quatro jogavam no Oporto CC e cinco no Real Velo Club, que era tudo indica a origem, em 1893, de uma espécie de secção denominada Football-Club do Porto, nome utilizado para não serem ridicularizados como ciclistas do Porto que queriam defrontar futebolistas de Lisboa.

Finalmente uma pergunta, pois perguntar não ofende.
Deixamos, em baixo, a lista com “Os primeiros 100 sócios da fundação” do FC Porto, como anota José Rodrigues Teles: “De Agosto de 1906 a Abril de 1907, inscreveram-se 100 associados”.


Página 68 da História do FC Porto publicada por José Rodrigues Teles


Numa lista com cem nomes, não há qualquer um que se chame António Nicolau de Almeida. A menos que utilize pseudónimos ou heterónimos.

Então o FCP teve um fundador, presidente e tudo mais que se lhe quiser acrescentar, porque só aumenta o número das mentiras, que nunca foi sócio do FC Porto?

António Nicolau de Almeida (ANA) não consta dos primeiros 100 associados, nem dos restantes! Nunca houve um registo de associado com o seu nome, como demonstra José Rodrigues Teles (que sabia dessa história de 1893, escrevendo que não havia relação entre uma notícia de jornal e as entrevistas que fez a fundadores e associados mais antigos), no 3.º volume da História do FC Porto, publicado em fascículos, em 1956, para comemorar as “Bodas de Ouro do FCP”.

ANA viveu no Porto, foi personalidade no meio financeiro do negócio vinhateiro, certamente conviveu com alguns portistas, viu jogos do FCP e nunca foi sócio do FCP? Mas foi fundador, presidente e tudo o mais que a imaginação lhe queira acrescentar!

ANA faleceu em 21 de Fevereiro de 1948, ou seja, durante 41 anos (entre 2 de Agosto de 1906 e a data do seu falecimento) ignorou, sempre, o clube que fundou!?

Um leitor sugeriu outra pergunta
ANA faleceu 41 anos depois de 1906. O FC Porto homenageou todos os anos, em 2 de Agosto, entre 1911 (falecimento de José Monteiro da Costa) e 1948 (falecimento de ANA) - depois até 1987 - o seu fundador José Monteiro da Costa. Então ANA, estando vivo, nunca corrigiu o erro, nunca esclareceu o que se passou no início do clube, nunca se indignou com tamanha inexactidão, repondo a verdade? Esteve vivo até 1948 e deixou que fosse atribuído a José Monteiro da Costa a paternidade do FC Porto? Nem ele, nem os seus familiares, estes até entre 1948 e 1987, reivindicaram a fundação do clube? Como foi possível? Foi... porque ANA não era mentiroso. Sabia que não tinha sido ele a fundar o FC Porto, mas sim José Monteiro da Costa. ANA era honesto, ao contrário de Pinto da Costa e dos seus cúmplices nesta mentira rasca de fazer o FCP... 13 anos mais velhinho! Lérias...  

O Football-Club do Porto fundado em 1893 não tem actividade desportiva em…
1893…1894…1895…1896…1897…1898…1899…1900…1901…
1902…1903…1904…1905…1906 (até 2 de Agosto…). 
Mentirosos! Vocês são, mesmo, muito mentirosos!

Com mentiras tão grosseiras, inventadas e cultivadas pelo portismo e seus cúmplices, só se deixa enganar quem quer ser enganado… Chega!

Com estas notas encerra-se a explicação dessa aberração que é considerar o FC Porto com data de fundação referente a 28 de Setembro de 1893. A intrujice é tão grosseira que nem merece que se perca mais tempo com ela. Estão aí as notícias, os factos e as explicações. Para bom entendedor meia palavra basta…

Alberto Miguéns